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AQUI É O REMANSO DA NOSSA ARTE

sábado, 5 de março de 2011

Bandeiras






E assim eles chegaram
Como o nosso professor disse um dia
Nas mochilas uns aparelhos
Da mais fina tecnologia
E não eram os turistas de sempre
Com suas máquinas de fotografia
Porque outras coisas bem maiores
Desembarcaram e ali instalaram
E em cada lugar que desceram
As pessoas dali logo entenderam
Que havia chegado o dia
O temido dia que poucos preveram
E fincaram cada um suas bandeiras
Alterando a paisagem tão bela
Bandeiras de tantas estrelas
Tão diferentes do céu da minha bandeira
Quando o tumulto da grande mudança acabou
E cada dono o seu território demarcou
No novo lar se sentiram tão à vontade
E olhando a gente que antes habitava ali
Sem saber o que pensar e nem pra onde ir
E sem saber qual a sua nacionalidade
Me lembrei do antigo hino
Que embalava os sonhos daquela nação
E dos olhos encantados
Com as lindas cores de seu pavilhão
Vendo agora só bandeiras esquisitas
Velhos símbolos da exploração
Hasteadas deliberadamente
Sem qualquer cerimônia
Na Amazônia!
E assim eles chegaram
Como o nosso professor disse um dia
Bandeiras de tantas estrelas
Tão diferentes do céu da minha bandeira 
(de Airton sousa e Odivandro Freitas)



Ideologia burguesa
Airton Sousa


Você já parou para pensar
Por que a realidade tem que ser assim?
No fundo a gente vê que alguma coisa está errada sim
Você já parou para pensar se é natural essa situação
No fundo a gente vê que as classes sociais têm uma explicação
Um dia você já se comparou
Com quem tem mais que você, mais...
E o que você sentiu lá no fundo é difícil dizer
E ainda preferiu acreditar que é normal ele ter mais,
Que a vida é isso mesmo e sempre assim vai ser?

Você precisa entender
Que quem domina o movimento
Dos bens materiais
Quer também o seu pensamento
E vão te dar uma explicação
Uma colorida máscara
Sobre a face negra da dominação

Cuidado com as coisas que você jura que é verdade
Pode ser que seja o inverso da realidade
Cuidado com as coisas que você jura que é verdade
Pode ser que seja o avesso da sua própria realidade

Você já parou para pensar
Porque a realidade tem que ser assim
No fundo a gente vê que alguma coisa está errada sim
Você já parou para pensar se é natural essa situação
No fundo a gente vê que por trás disso há uma conspiração
Para querer te fazer entender as razões de quem te oprime
Que é justo eles inflarem enquanto você comprime
É burguesia, é ideologia, é midiática coação
Viver sem duvidar
É a porta da alienação








Verde e água
Airton Sousa





Olho às vezes de repente numa emoção contida
Lindo lugar e bela gente
Enche de verde e água o meu olhar!
Eis o motivo especial
Desta simples canção fluir assim
Com esse aroma natural
Bem-te-vi cantador dentro de mim

_Salve! Natureza mãe que mostra por aqui
Toda a sua força, a força da vida
Rios e florestas e as nuvens lá no céu
Vão cumprindo o seu mágico papel

E quando lembro de meu povo tão sozinho, tão distante
De todo e qualquer lugar
Dá um medo que você desapareça
Pois você é a deusa que lhe estende a mão
Que lhe dá sustentação
Açaí, camarão e esperança

Te dou então a minha gratidão
Meu verso livre quase em vão
Minha canção entre um sim e um não
Com verde e água na visão
(canção sobre a ilha de Marajó)